O Rio
A sina das águas
Por Péricles Brandão Pinto
Você que está vendo agora
Essa modesta animação
Pro “mode” conhecer uma estória
Vou pedir sua atenção
Era um rio muito bonito
Um local sensacional
Muitos inclusive não acreditam
Na tal natureza natural
Quando no tempo de chuva
As margens eram invadidas
Pelas águas do próprio rio
Que aumentavam suas medidas
Como as margens pertenciam
E ao rio faziam parte
Mas os homens insistiam
Em mudar a sua sorte
A mata ciliar foi tirada
Usando de toda forma e maneira
De início a machadada
Até trator na empreitada
Com uma parte amputada
Sem a mata integrada
A margem foi logo ocupada
Com criação e semente plantada
As águas eram diversão
Tanto para nadar servia
como para peixe pegar
Mas só banho na minhoca se via
As águas eram diversão
Tanto para nadar servia
como para peixe pegar
Mas só banho na minhoca se via
Como já era esperado
Não deu certa essa situação
E o rio com o período das chuvas
Cumpriu sua sina de ocupação
Provavelmente foi nesta época
Que o homem sem entender
Começou a culpar as chuvas
Sem seus atos conseguir ver
Como aconteceu em outros cantos
A modernidade logo chegou
O urbano então foi visto
E do rio em consequência usou
Na periferia da cidade
Por falta de condições
Estabeleceram os cidadãos
Construindo barracões
Logo vieram as fábricas
E começou a especulação
O que um dia foi barato
Empurrou mais a população
O rio neste novo quadro
Continuou sua empreitada
De ocupar a margem com as águas
Agora muito apertada
Sempre no mesmo período
As enchentes acontecem
E a culpa na natureza
Novamente aparecem
Com cimento e asfalto
Soluciona-se o urbano
Logo o leito de rio
Segue sempre um mesmo plano
Para um esverdeado cinza
Antes cristalina e transparente
Dos peixes que la viviam
Ao lixo na água corrente
Para um esverdeado cinza
Antes cristalina e transparente
Dos peixes que la viviam
Ao lixo na água corrente
Avenida sanitária
Agora a região se tornou
E o pedestre que por lá passa
Existência de um rio nem notou
Mas como dizem os antigos
Não importa o que dele fizeram
“Pro” mar um rio sempre corre
É o que todos sempre esperam
Que Leva a sujeira consigo
Mas na ânsia de dominar
O homem se esquece
Que todo rio corre “pro” mar
O que um dia foi puro
Com fauna e flora a pulsar
Um animal semelhante a “ele”
Parece
querer com tudo acabar