quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Rio - A sina das águas








O Rio
A sina das águas
Por Péricles Brandão Pinto



Você que está vendo agora
Essa modesta animação
Pro “mode” conhecer uma estória
Vou pedir sua atenção

Era um rio muito bonito
Um local sensacional
Muitos inclusive não acreditam
Na tal natureza natural

Quando no tempo de chuva
As margens eram invadidas
Pelas águas do próprio rio
Que aumentavam suas medidas

Como as margens pertenciam
E ao rio faziam parte
Mas os homens insistiam
Em mudar a sua sorte

A mata ciliar foi tirada
Usando de toda forma e maneira
De início a machadada
Até trator na empreitada

Com uma parte amputada
Sem a mata integrada
A margem foi logo ocupada
Com criação e semente plantada

As águas eram diversão
Tanto para nadar servia
como para peixe pegar
Mas só banho na minhoca se via

Como já era esperado
Não deu certa essa situação
E o rio com o período das chuvas
Cumpriu sua sina de ocupação

Provavelmente foi nesta época
Que o homem sem entender
Começou a culpar as chuvas
Sem seus atos conseguir ver

Como aconteceu em outros cantos
A modernidade logo chegou
O urbano então foi visto
E do rio em consequência usou

Na periferia da cidade
Por falta de condições
Estabeleceram os cidadãos
Construindo barracões

Logo vieram as fábricas
E começou a especulação
O que um dia foi barato
Empurrou mais a população

O rio neste novo quadro
Continuou sua empreitada
De ocupar a margem com as águas
Agora muito apertada

Sempre no mesmo período
As enchentes acontecem
E a culpa na natureza
Novamente aparecem

Com cimento e asfalto
Soluciona-se o urbano
Logo o leito de rio
Segue sempre um mesmo plano


Para um esverdeado cinza
Antes cristalina e transparente
Dos peixes que la viviam
Ao lixo na água corrente

Avenida sanitária
Agora a região se tornou
E o pedestre que por lá passa
Existência de um rio nem notou

Mas como dizem os antigos
Não importa o que dele fizeram
“Pro” mar um rio sempre corre
É o que todos sempre esperam

Que Leva a sujeira consigo
Mas na ânsia de dominar
O homem se esquece
Que todo rio corre “pro” mar

O que um dia foi puro
Com fauna e flora a pulsar
Um animal semelhante a “ele”
Parece querer com tudo acabar

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